18 de junho de 2014

revista.kapa

Extracto de um artigo publicado na revista K, vinte anos antes de nascer o meu primeiro filho.
Recordo este artigo com prazer, 
agora que acompanho o meu Alex nas idas ao seu barbeiro tradicional.

"Das modernas perversões, não consigo imaginar nenhuma pior do que os cabeleireiros unissexo. Não é só a perda de mais um universo masculino - é o abandalhamento de um ritual de iniciação. Ir ao barbeiro desde menino, acompanhado pelo pai, é um dos hábitos mais saudáveis para a educação de um rapaz. Logo em pequeno aprende a conviver com conversas sobre mulheres, política e futebol enquanto é acarinhado por aquele que, a partir desse momento mágico, irá ser o seu barbeiro. Ao longo dos anos, o barbeiro torna-se cúmplice na vida do adolescente: fala-lhe dos estudos, da vida, conta anedotas, pergunta-lhe como estão os pais, estimula namoros e pequenas marialvices. Aos poucos, o rapazinho vai sendo capaz de acompanhar e começar as conversas que ouvia quando pequeno, e a partir daí nasce uma grande amizade. Agora, expliquem-me como isto é possível num «cabeleireiro unissexo»."
by Nuno Miguel Guedes

fonte: http://kapa.blogspot.com/2003/11/o-barbeiro.html
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